Surgimento do Chimarrão

chimarrão, na verdade, é uma tradição da cultura do sul da América do Sul, uma herança deixada pelos índios quíchua, aymara e principalmente dos guaranis, todos habitantes das bacias dos rios Paraná e dos países Paraguai e Uruguai e que chegou até os brancos através das mãos dos colonizadores espanhóis.

A tradição de tomar chimarrão é muito antiga e traduz a cultura e a hospitalidade gaúcha.

Os índios guarani já usavam as folhas da erva-mate para preparar uma bebida estimulante. Era o chamado ka’a y (água de folha). As folhas da erva mate eram colocadas na cuia com água e o líquido era então chupado através de uma taquara, caniço ou osso, filtrado através de um trançado de fibras vegetais. Atualmente usamos uma cuia feita de porongo (cabaça) e uma bomba de metal, porém em seus primórdios o chimarrão era consumido através de um canudo de taquara, chamado taquapy.

surgimento mate

 

 

Os colonizadores observaram que os índios eram viciados nessa bebida e logo os jesuítas proibiram o seu consumo, atribuindo ao chimarrão poder afrodisíaco e o classificando como bebida do diabo. Não demorou e os espanhóis provaram da bebida e ficaram encantados e logo começaram a cultivar a erva-mate, produzindo em grande escala para a distribuição entre as colônias. Gerou muita riqueza nesse período. Os jesuítas, que eram contra o consumo inicialmente, se distinguiram entre os produtores por produzirem erva-mate com qualidade superior aos demais produtores. Tornaram-se até mesmo grandes incentivadores da bebida entre os índios para que os mesmos não fossem envolvidos pelo alcoolismo.

Comprovado cientificamente que o chimarrão tem propriedades medicinais e por isso seu uso é difundido até os dias atuais.

A erva-mate é uma árvore nativa e é também um dos símbolos ecológicos do Rio Grande do Sul, seu nome científico é llexpararaguariensis. A erva-mate passa por vários processos antes de chegar ao chimarrão.

A primeira aparição classificatória da erva-mate foi em 1820, nas proximidades de onde hoje é a cidade de Curitiba.

Em 1853 já se registrava a sua importância histórica e folclórica como símbolo do Rio Grande do Sul através de Roberto Ave-Lallemant, onde ele dizia: ”O símbolo da paz, da concórdia, do completo entendimento – o mate! Todos os presentes tomaram o mate. Não se creia  que cada um tivesse sua bomba e sua cuia própria; nada disso! Assim perderia o mate toda a sua mística significação. Não há nisto, nenhuma pretensão de precedência, nenhum senhor e criado; é uma espécie de serviço divino, uma piedosa obra cristã, um comunismo moral, uma fraternidade verdadeiramente nobre, espiritualizada! Todos os homens se tornam irmãos, todos tomam o chimarrão em comum!” (Viagem pelo Sul do Brasil, 1.º, 191. Rio de Janeiro).

 

E de onde veio o nome?

O nome chimarrão vem do espanhol: cimarrónque significa chucro, bruto, bárbaro, este vocábulo é empregado em toda a América Latina, designando os animais domesticados que se tornaram selvagens.

Os colonizadores espanhóis começaram a chamar o chimarrão desta forma porque era a bebida rude e amarga dos índios nativos.

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